Nunca encontrei em lugar algum, definição melhor do que é o amor, do que a que Paulo fala aos Coríntios.
Antes de ler o texto vale fazer algumas observações que julgo importante.
Ao romantismo atribui-se o amor, costumamos dizer que alguém romântico está apaixonado, e esta pessoa na condição de romântico faz inúmeras coisas com intuito de ter o seu amor correspondido.
Vamos falar de amor
Neste ponto, vale ressaltar que nem sempre foi assim, o romantismo mais do que sentimento, impactou o mundo, quando lá no século XVIII (18) era tido como um movimento artístico, político e filosófico. Vale uma pesquisa mais detalhada sobre este movimento.
O romantismo veio contrapor a racionalidade e o Iluminismo, movimentos que antes do Romantismo haviam posto o homem no “centro de todas as coisas”.
O romantismo trouxe novamente a subjetividade, assim como emplacou a ideia dos amores trágicos, utopias e escapismos.
O impacto foi irreversível e até hoje podemos presenciar os benefícios e malefícios deste movimento.
Mais especificamente no amor, temos (de uma forma geral) a noção de que tudo gira em torno das nossas próprias satisfações, do desejo de termos alguém que possa nos fazer feliz, nos completar e nos atender em nossas mais diversas necessidades, sejam elas fisiológicas, emocionais ou até mesmo materiais.
Em uma perspectiva Cristã do amor, essa ideia é exatamente o oposto.
Ainda que a subversão do amor Cristão possa ter se iniciado no racionalismo foi o Romantismo que trouxe de volta um olhar sobre aquilo que não se pode enxergar, medir ou atribuir forma.
Ainda que, as bizarrices muitas vezes sejam postas na conta do amor, em função da paixão, isso só comprova que as demonstrações de amor hoje, quase em sua maioria são uma distorção do que é amar.
Pensemos em Cristo, que sendo Deus, não se fez valer disso, mas se esvaziou e assumiu a forma de servo, servindo a todos até a morte.
Vale lembrar daquela frase “o coração tem razões que a própria razão desconhece”, aqui Blaise Pascal não a usou num contexto de amor romântico, mas para dizer que o coração (conceito bíblico para a sede das emoções e centro da existência) é quem governa o ser humano.
Em seu filho Você é Aquilo que Ama de James K. A. Smith fala sobre os hábitos que possuímos e que são influenciados por aquilo que amamos.
Aqui cabe uma ilustração, imagine alguém que ama Star Wars, ela compra tudo sobre o filme, tem papel de parede star wars, bonecos do star wars, usa camisetas do star wars e quer por o nome da sua filha de Leia e do seu filho de Lucas.
De fato, não há nada de errado em gostar de Star Wars, mas estas coisas terrenas não definem quem somos, logo falhamos ao nos moldarmos a elas.
Um ponto de alerta sobre isso, é que sempre, quando alguém tem o controle sobre aquilo que amamos e nos molda corremos o risco de sermos controlados por pessoas que detém tal poder.
Por isso nossos amores devem ser organizados a partir de Cristo, para o mundo (entenda sistema das coisas), e não do mundo para Cristo.
Quando amarmos a Deus sobre todas as coisas e satisfazermos nosso coração em Deus, só assim poderemos amar nosso cônjuge como cônjuge dando ele(a) o devido valor, vamos amar Star Wars como filme, nosso time de futebol como time de futebol, etc.
É basicamente, o que John Piper nos fala em seu livro, Plena Satisfação em Deus, devemos buscar ter em Deus nossa realização plena e desta forma, vestir os óculos do evangelho, podendo assim, enxergar o mundo como ele realmente é, um lugar carente do amor de Deus e não um shopping para nos servir ou um playground para nos divertirmos.
O amor na perspectiva Cristã, não está preocupado em se satisfazer, por isso ele não é egoísta e não busca os seus próprios interesses, o amor é um hábito e dizer te amo está em atitudes que diariamente moldam este amor e mostram nossa responsabilidade com aquilo que é objeto do nosso amor.
Quando o amor encontra segurança para crescer ele cria raízes e laços tão fortes que naturalmente apontam para glória de Deus em tudo o que fizermos.
O amor é mais que um ideal, é um hábito simples de se adquirir.
Vamos então! Ler, aquela que é a melhor definição de amor ao meu ver:
“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.
Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá”
1 Coríntios 13:1–8
Augusto Marques
Em um corpo saudável os membros atuam conscientes de que cada um tem uma função específica.
Como quando o corpo quer andar e os pés um de cada vez se firmam no chão dando sustentação, as pernas se flexionam e ajudam no caminhar, o quadril fica firme, bem como os braços balançam indo e voltando de forma oposta as pernas, braço direito a frente, perna esquerda a frente. Por fim o tronco se inclina para frente e assim, nesta descrição simplória, o caminhar acontece.
Para que este movimento aconteça, todos os membros colaboram, cada um dentro de sua particularidade.
Da mesma forma para que o culto tenha um bom andamento, os membros do corpo devem se ater as suas funções específicas de forma excelente, por exemplo, o músico tocando para a congregação e não para engrandecer o seu ego, o pregador levando uma mensagem bíblica para a igreja e não visando seus próprios interesses, a leitura bíblica para a igreja ver Cristo e não para nos enxergarmos no texto, as letras dos louvores apontando para a obra de Jesus na Cruz e não para nossos feitos.
Assim o culto acontece de forma congregacional, quando todos os membros atuam de forma distinta, mas cientes da sua contribuição para o todo.
O culto em comunidade requer comunhão para que todos os membros se sintam parte de um corpo maior no qual Cristo é o cabeça.
Augusto Marques
Oque te surpreende? O que tira o teu fôlego? Qual foi a última vez que você ficou boquiaberto com algo? Afinal, você já ficou maravilhado alguma vez na sua vida?
Talvez, este seja o grande mal da internet, o fato de termos perdido nossa capacidade de nos surpreendermos com coisas que antes (no mínimo) nos faziam pensar.
Ao meu ver, a internet é a grande responsável pela nossa anestesia sentimental, ainda que ela tenha um viés colaborativo e possibilite conectar pessoas, parece que não é bem isso que está acontecendo. Sei que este papo já não é mais novidade para ninguém, afinal ouvir sobre os malefícios da internet é tão comum quanto você ter uma conta em rede social.
Ivan Kramskoy’s 1872 Christ in the Wilderness
Mas antes de desenvolver melhor, acho que vale a pena relatar um fato, quanto estava em uma aula sobre VR (virtual reality, realidade virtual) e RA (Augmented Reality, realidade aumentada) na Apple Developer Academy em Porto Alegre, onde nos foi passado um vídeo onde mostrava uma senhora de aproximadamente 50 anos em um shopping com um óculos adaptado para VR e ela fazia um escândalo, gritando e se jogando no chão, chamando a atenção de muitos que passavam ali. Para quem está familiarizado com a tecnologia o que mais chama atenção é a reação da pessoa, o impacto que a tecnologia causava nela, a ponto de dar até um pouco de inveja (risos).
Bem, segundo a empresa de consultoria We Are Social em seu relatório 2019, atualmente só no Brasil, passamos mais de 9horas conectados na internet, só o youtube retém 95% dos usuários de internet em nosso país, é muito tempo vendo vídeos dos mais diversos assuntos,o próprio youtube/imprensa dizendo que são mais de 1 bilhão de horas assistidas por dia contudo, penso que devemos parar para pensar um pouco sobre o que está acontecendo em nossa sociedade.
Graças a tecnologia temos acesso a tudo, podemos viajar para qualquer lugar do mundo, andar pelas ruas de Nova Delhi na India e em menos de um minuto estar em frente ao Coliseu em Roma. Podemos pesquisar pelos vídeos mais incríveis do mundo no youtube e espantarmos a monotonia, quem sabe uma palestra em um TEDtalks ou um filme que ainda está no cinema enfim, a tecnologia está a disposição para quem quiser usar.
Existe um provérbio Árabe que diz: “A árvore quando está sendo cortada, observa com tristeza que o cabo do machado é de madeira.” Ele serve para ilustrar o que a tecnologia esta fazendo conosco, criamos a internet para resolver problemas e de fato conseguimos fazer boas coisas com ela, mas estamos nos destruindo também, somos uma geração que tem dificuldades de amar, perdoar e correr riscos.
Antigamente subíamos no telhado de casa para brincar, tomávamos banho de açude e jogávamos bola na rua e hoje damos views para quem está fazendo estas coisas. Crianças gostam de ver outras crianças com seus brinquedos caros se divertirem no youtube.
É como se nos sentíssemos parcialmente realizados vendo unboxes de produtos, como se a experiência e a felicidade de outra pessoa bastassem para nós, ainda que estejamos mais individualistas do que jamais fomos.
Até mesmo quando vamos na igreja, as músicas já não falam mais de Cristo, já não apontam para a Glória de Deus e nas pregações o homem é o centro, a temática e o alvo a ser alcançado. Reflexo da internet? Sim, também!
Na internet se popularizou o On Demand que seria algo como “por demanda”, empresas como Netflix, Disney, Globo, Fox entre outras criaram plataformas para atender as pessoas quando elas quiserem, da forma que elas quiserem e principalmente quando ela quiser. Até mesmo o rádio, uma velha forma de mídia sofreu mudanças devido a internet, tendo que se adaptar ao On Demand que o PodCast veio para substituir.
A relação de todas estas coisas com a igreja é muito simples, a mensagem teve que sofrer uma adaptação cruel para poder atender a demanda de pessoas que gostam de ouvir boas histórias sendo contadas.
Não é difícil vermos hoje mensagens como “7 passos para conseguir”, ou até mesmo terríveis adaptações bíblicas onde Davi é você e Golias o seu “maior problema”.
Nos não nos surpreendemos mais como antes, parecemos estar anestesiados e a cada novidade existe um esforço enorme para causar em nós um frescor de inovação.
As vezes me pergunto se não estamos batendo no teto em matéria de criatividade, enquanto a Bíblia nos diz em Eclesiastes 1.9 “O que foi tornará a ser, o que foi feito se fará novamente; não há nada novo debaixo do sol” em um texto que só não é mais velho que a terra.
Ainda sobre Realidade virtual em 1962 já existiam experimentos sobre o assunto.
O problema é que ao lermos os evangelhos, relatos de fatos como Jesus andando sobre as águas, qual o sentimento que temos diante disso? Certamente o impacto da primeira leitura que fizemos é muito maior do que quando lemos pela décima vez, quando vemos filmes, animações e desenhos ilustrando essa passagem, nos surpreendemos com isso tudo.
Não podemos perder a nossa capacidade de nos surpreender com as coisas de Deus, como que ele criou, com o que ele fez e relatou nas suas escrituras, com o que ele está fazendo hoje na igreja e com a realização do que ele fará através de nós.
O que é a pergunta 107 do Catecismo de Westminster?
Acho que vale pensar sobre a preocupação de seus redatores em não incentivar a criação de imagens de Deus, Jesus e do Espírito Santo.
Parece que de fato, coisas espirituais perdem parte de sua transcendência quando enquadramos ou as colocamos em algum lugar. O que João viu em Apocalipse e pôde descrever com figuras terrenas jamais poderá se comparar com a glória do por vir.
Não tenho dúvidas de que ficaremos boquiabertos com a Glória de Deus no dia em que o vermos face a face, certamente não haverá tecnologia mais surpreendente que se compare ao que virá, a ponto de “todo joelho se dobrar” perante Deus.
Muitas vezes a nossa incredulidade quer caminhar de mãos dadas com as glórias desta terra, enquanto tudo o que é feito pela mão do homem tiver o propósito de ser visto, consumido e depois descartado, jamais a glória será eterna, mas quando nossas obras passarem a serem feitas com as mãos limpas visando o Reino de Deus, ainda que a traça e a ferrugem possam deteriorar certamente juntaremos tesouros no céu.
Que o amor, a paz e a alegria de Jesus Cristo, seja nosso alvo em tudo que fizermos, para honra e Gloria do seu nome.
Augusto Marques
Falar sobre procrastinação é complicado, pois para conseguir boas respostas temos que parar tudo, meditar sobre nosso comportamento e sobre o que estamos fazendo e deixando de fazer.
Estar na zona de conforto à primeira vista é bem melhor, mas será?
Em nossa última reunião de homens na igreja o Pr Gabriel Kanitz trouxe uma importante reflexão sobre como enfrentarmos este mal que afeta não somente homens, mas mulheres também.
Todo bom cristão deveria ter um relacionamento mais estreio com Deus, e cultivar hábitos que são fundamentais para uma vida espiritual saudável. Hábitos como oração, leitura e meditação podem se resumir em um devocional simples, que diariamente todo cristão deveria fazer, contudo, manter qualquer hábito associados a uma vida extremamente corrida é um desafio para crentes e descrentes.
São muitos compromissos que parecem engolir nosso tempo, trabalho, estudos, família, amigos, empreendimentos entre outro; achar tempo para Deus quase sempre fica para segundo plano, assim como ler um bom livro, estudar teologia ou fazer alguma ação social.
Porém, assistir uma série ou navegar na internet, quem sabe passar um tempo nas redes sociais sejam hábitos que fluem com naturalidade em nossa vida. O screen Time do meu telefone relevou que nos últimos 7 dias passei 13 horas nas redes sociais, fazendo uma conta de padeiro, isso significa que se eu continuar neste ritmo, chegarei aos 85 anos da minha vida tendo vivido praticamente 5 anos no WhatsApp, Facebook, Youtube e Instagram.
Um conhecido pastor americano chamado JohJohn Piper disse certa vez:
“Uma das maiores utilidades do Twitter e do Facebook será provar no Último Dia que a falta de oração não era por falta de tempo”.
Falar sobre procrastinação é complicado, pois para conseguir boas respostas temos que parar tudo, meditar sobre nosso comportamento e sobre o que estamos fazendo e deixando de fazer.
Estar na zona de conforto à primeira vista é bem melhor, mas será?
Em nossa última reunião de homens na igreja o Pr Gabriel Kanitz trouxe uma importante reflexão sobre como enfrentarmos este mal que afeta não somente homens, mas mulheres também.
Todo bom cristão deveria ter um relacionamento mais estreio com Deus, e cultivar hábitos que são fundamentais para uma vida espiritual saudável. Hábitos como oração, leitura e meditação podem se resumir em um devocional simples, que diariamente todo cristão deveria fazer, contudo, manter qualquer hábito associados a uma vida extremamente corrida é um desafio para crentes e descrentes.
São muitos compromissos que parecem engolir nosso tempo, trabalho, estudos, família, amigos, empreendimentos entre outro; achar tempo para Deus quase sempre fica para segundo plano, assim como ler um bom livro, estudar teologia ou fazer alguma ação social.
Porém, assistir uma série ou navegar na internet, quem sabe passar um tempo nas redes sociais sejam hábitos que fluem com naturalidade em nossa vida. O screen Time do meu telefone relevou que nos últimos 7 dias passei 13 horas nas redes sociais, fazendo uma conta de padeiro, isso significa que se eu continuar neste ritmo, chegarei aos 85 anos da minha vida tendo vivido praticamente 5 anos no WhatsApp, Facebook, Youtube e Instagram.
Um conhecido pastor americano chamado John Piper disse certa vez: “Uma das maiores utilidades do Twitter e do Facebook será provar no Último Dia que a falta de oração não era por falta de tempo”.
Mas então, o que nos falta? Como podemos vencer a procrastinação?
Para tentar responder estas perguntas cabem aqui duas breves histórias.
A primeira delas, correu logo no início do meu casamento, nosso varal de roupas estava quase caindo e minha esposa dizia periodicamente para eu arrumar, não foram poucas as vezes que eu de forma mentirosa dizia que faria tal conserto.
Mas foi, somente quando ela me disse: “esse varal vai cair e machucar alguém, e a gente vai se incomodar”, foi assim que tomei consciência da real necessidade de arrumar um tempo para o “ajuste”.
Eu era tão porco e dava pouca importância para esse pequeno problema (por mais que tivesse consciência dele), então, movido de intima má vontade, simplesmente amarrei um cadarço de tênis em uma das pontas do varal da janela, e pensei ter resolvido, de forma paliativa, eu sei, mas na minha cabeça eu havia tratado o problema e ganho mais um tempo até resolve-lo definitivamente.
Eu não me importei com o que os vizinhos fossem pensar de mim como marido, e muito menos com o que minha esposa estava pensando sobre aquela solução vergonhosa, eu só queria “resolver” o problema. Passado um tempo, colocamos um ar condicionado no lugar do varal e um novo suporte para roupas foi instalado em outra janela.
Não fosse a necessidade de um ar condicionado, como estaria aquele varal? Certamente minha esposa teria dado um jeito.
Este foi só um exemplo de como eu sou relaxado com as coisas que não me interesso, mas deveria. Certamente se você perguntar sobre meu interesse em Jesus, eu direi que sim! Me interesso por Ele, e isso é verdade.
Aqui, cabe lembrar do segundo exemplo, quando eu conheci minha esposa éramos colegas de aula, na época eu não era Cristão, comecei indo na igreja para agradar a ela, até tomar consciência que ela era a pessoa que eu queria me casar, foi então, com 19 anos que sai da cidade que nos conhecemos e começamos a namorar, eu precisava ir atrás de novas oportunidades e escolhi Porto Alegre para isso, na esperança de ganhar dinheiro o suficiente e conseguir me casar sem depender de nossos pais.
Bem, os objetivos foram alcançados, mas o ponto que quero chamar atenção é que eu estava movido por um objetivo, estava seguindo um planejamento e diante da necessidade de cumpri-lo eu não hesitei e pouco procrastinei.
Mas vamos analisar com carinhos estes dois exemplos. O primeiro é de algo bem pequeno e que simboliza as pequenas derrotas que temos diariamente, diante do que queremos fazer vs o que de fato fazemos e a segunda da mesma forma, mas com proporções um pouco maiores, pois me tomaram alguns anos.
Estes dois exemplos tem em comum uma necessidade a consciência de um problema e por consequência a vitória.
Espiritualmente, somos conscientes de que devemos estreitar nosso relacionamento com Deus cobrando de nós mesmos uma postura mais interessada sobre tudo aquilo que é espiritual.
Quando me lembro da forma como Paulo morreu, tendo sido decapitado, Pedro foi crucificado de cabeça para baixo, Estevão apedrejado e muitos outros cristãos tiveram mortes trágicas segundo relatos históricos. Então é aqui, que cabe uma pergunta pontual!
Procrastinação espiritual era um problema naquela época?
Ninguém que tenha feito o trabalho que eles fizeram, sendo eles movidos pelo ES, poderia pensar em procrastinar. Se ao menos por um momento, se por um instante tivéssemos nós a dimensão da gloria de Deus, da mesma forma que eles tiveram, que tivéssemos consciência da eternidade assim como Tiago que proferiu a celebre frase: “a vida é como um vapor”. Pense comigo, alguém para conseguir ter consciência que a vida é nada se comparado a eternidade sabia de algo que não sabemos ou muitas vezes esquecemos.
Nos surpreendemos com alguém que vive 90 anos, 100 anos, mas se soubéssemos de fato o que significa a eternidade, se por um instante tivéssemos consciência da dimensão do que é eterno, certamente não deixaríamos para depois, estes momentos tão importantes para nossa vida espiritual.
Se nossa autoanálise sobre como estamos levando nossa vida espiritual serve apenas para encontrarmos justificativas para nosso relaxamento espiritual, dizendo coisas do tipo, “eu não consigo porque sou um pecador imundo” ou quem sabe “eu não sou digno mesmo”, então não estamos entendendo o evangelho. De fato estas afirmações sobre nós mesmos são verdade, mas, se Pedro o mais iracundo dos apóstolos, talvez aquele que tivesse menos crédito que todos os demais, por ter negado a cristo 3 vezes, por ter afundado em águas e sido chamado de homem de pouca fé, por ter dado mal testemunho ao cortar a orelha do soldado, ele mesmo se levantou pregou e 3 mil pessoas se converteram.
O que Pedro entendeu, para que parasse de deixar para depois?
Talvez ainda restem justificativas para nossa negligência espiritual em nossos pobres corações, tais como o fato de Pedro e os demais terem sido escolhidos por Cristo e vivenciarem maravilhas, quem sabe há algum Tomé que diga, se eu tivesse visto ou ouvido, certamente a minha vida espiritual seria diferente hoje.
Para estes, vale lembrar o que Jesus disse ao próprio Tomé, talvez também sabendo que nos depararíamos com estas desculpas: “Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram.”
Assim somos nós, crentes que muitas vezes tem atitudes descrentes diante de nossas responsabilidades espirituais.
Deus sabe o que sabemos, nosso desejo é ser mais contrito, mais voltado a Deus, e por mais que nossa vida espiritual não seja o ideal, e nossa postura como crentes muitas vezes não seja o que Ele esperaria de nos como discípulos, nos agarramos em Jesus, cremos na maravilhosa Graça de Deus sobre nós, que sendo Ele misericordioso e bom, não deixou que seguíssemos nosso rumo natural ao inferno, mas nos escolheu, nos resgatou e redimiu e este é um bom motivo para nos alegrarmos, o grande motivo para celebrarmos, porque não somos merecedores, porque somos infiéis e ingratos, mas ele nos amou primeiro e por isso não queremos cumprir nossas demandas espirituais por temor ou medo, mas em perfeito amor.
Sejamos mais apaixonados por Cristo, desejosos de uma vida espiritual que não deixa para depois, mas que aproveita agora a presença de Deus. Porque Cristo morreu, podemos ter isso.
Nosso coração anseia? nosso coração anela? Nosso coração deseja?
E se, por algum motivo, seja ele qual for, falharmos, deixando de lado nossas demandas diárias por coisas vãs e passageiras, que essas atitudes sirvam para nos lembrar, o quanto somos miseráveis, e o quanto Ele é maravilhoso conosco, pois sendo nós ainda assim, imerecedores, ele não se afasta de nós, ele nos ouve, ele nos entende.
Nossa esperança está em Cristo, que se compadece de nós e intercede por cada um daqueles que com sinceridade pedem perdão.
Agora, a oração é esta, para que cresçamos, de graça em graça. Que nos fortalecemos em Cristo nosso Senhor e assim nos deixemos ser aperfeiçoados por Ele.
Mas então, o que nos falta? Como podemos vencer a procrastinação?
Para tentar responder estas perguntas cabem aqui duas breves histórias.
A primeira delas, correu logo no início do meu casamento, nosso varal de roupas estava quase caindo e minha esposa dizia periodicamente para eu arrumar, não foram poucas as vezes que eu de forma mentirosa dizia que faria tal conserto.
Mas foi, somente quando ela me disse: “esse varal vai cair e machucar alguém, e a gente vai se incomodar”, foi assim que tomei consciência da real necessidade de arrumar um tempo para o “ajuste”.
Eu era tão porco e dava pouca importância para esse pequeno problema (por mais que tivesse consciência dele), então, movido de intima má vontade, simplesmente amarrei um cadarço de tênis em uma das pontas do varal da janela, e pensei ter resolvido, de forma paliativa, eu sei, mas na minha cabeça eu havia tratado o problema e ganho mais um tempo até resolve-lo definitivamente.
Eu não me importei com o que os vizinhos fossem pensar de mim como marido, e muito menos com o que minha esposa estava pensando sobre aquela solução vergonhosa, eu só queria “resolver” o problema. Passado um tempo, colocamos um ar condicionado no lugar do varal e um novo suporte para roupas foi instalado em outra janela.
Não fosse a necessidade de um ar condicionado, como estaria aquele varal? Certamente minha esposa teria dado um jeito.
Este foi só um exemplo de como eu sou relaxado com as coisas que não me interesso, mas deveria. Certamente se você perguntar sobre meu interesse em Jesus, eu direi que sim! Me interesso por Ele, e isso é verdade.
Aqui, cabe lembrar do segundo exemplo, quando eu conheci minha esposa éramos colegas de aula, na época eu não era Cristão, comecei indo na igreja para agradar a ela, até tomar consciência que ela era a pessoa que eu queria me casar, foi então, com 19 anos que sai da cidade que nos conhecemos e começamos a namorar, eu precisava ir atrás de novas oportunidades e escolhi Porto Alegre para isso, na esperança de ganhar dinheiro o suficiente e conseguir me casar sem depender de nossos pais.
Bem, os objetivos foram alcançados, mas o ponto que quero chamar atenção é que eu estava movido por um objetivo, estava seguindo um planejamento e diante da necessidade de cumpri-lo eu não hesitei e pouco procrastinei.
Mas vamos analisar com carinhos estes dois exemplos. O primeiro é de algo bem pequeno e que simboliza as pequenas derrotas que temos diariamente, diante do que queremos fazer vs o que de fato fazemos e a segunda da mesma forma, mas com proporções um pouco maiores, pois me tomaram alguns anos.
Estes dois exemplos tem em comum uma necessidade a consciência de um problema e por consequência a vitória.
Espiritualmente, somos conscientes de que devemos estreitar nosso relacionamento com Deus cobrando de nós mesmos uma postura mais interessada sobre tudo aquilo que é espiritual.
Quando me lembro da forma como Paulo morreu, tendo sido decapitado, Pedro foi crucificado de cabeça para baixo, Estevão apedrejado e muitos outros cristãos tiveram mortes trágicas segundo relatos históricos. Então é aqui, que cabe uma pergunta pontual!
Procrastinação espiritual era um problema naquela época?
Ninguém que tenha feito o trabalho que eles fizeram, sendo eles movidos pelo ES, poderia pensar em procrastinar. Se ao menos por um momento, se por um instante tivéssemos nós a dimensão da gloria de Deus, da mesma forma que eles tiveram, que tivéssemos consciência da eternidade assim como Tiago que proferiu a celebre frase: “a vida é como um vapor”. Pense comigo, alguém para conseguir ter consciência que a vida é nada se comparado a eternidade sabia de algo que não sabemos ou muitas vezes esquecemos.
Nos surpreendemos com alguém que vive 90 anos, 100 anos, mas se soubéssemos de fato o que significa a eternidade, se por um instante tivéssemos consciência da dimensão do que é eterno, certamente não deixaríamos para depois, estes momentos tão importantes para nossa vida espiritual.
Se nossa autoanálise sobre como estamos levando nossa vida espiritual serve apenas para encontrarmos justificativas para nosso relaxamento espiritual, dizendo coisas do tipo, “eu não consigo porque sou um pecador imundo” ou quem sabe “eu não sou digno mesmo”, então não estamos entendendo o evangelho. De fato estas afirmações sobre nós mesmos são verdade, mas, se Pedro o mais iracundo dos apóstolos, talvez aquele que tivesse menos crédito que todos os demais, por ter negado a cristo 3 vezes, por ter afundado em águas e sido chamado de homem de pouca fé, por ter dado mal testemunho ao cortar a orelha do soldado, ele mesmo se levantou pregou e 3 mil pessoas se converteram.
O que Pedro entendeu, para que parasse de deixar para depois?
Talvez ainda restem justificativas para nossa negligência espiritual em nossos pobres corações, tais como o fato de Pedro e os demais terem sido escolhidos por Cristo e vivenciarem maravilhas, quem sabe há algum Tomé que diga, se eu tivesse visto ou ouvido, certamente a minha vida espiritual seria diferente hoje.
Para estes, vale lembrar o que Jesus disse ao próprio Tomé, talvez também sabendo que nos depararíamos com estas desculpas: “Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram.”
Assim somos nós, crentes que muitas vezes tem atitudes descrentes diante de nossas responsabilidades espirituais.
Deus sabe o que sabemos, nosso desejo é ser mais contrito, mais voltado a Deus, e por mais que nossa vida espiritual não seja o ideal, e nossa postura como crentes muitas vezes não seja o que Ele esperaria de nos como discípulos, nos agarramos em Jesus, cremos na maravilhosa Graça de Deus sobre nós, que sendo Ele misericordioso e bom, não deixou que seguíssemos nosso rumo natural ao inferno, mas nos escolheu, nos resgatou e redimiu e este é um bom motivo para nos alegrarmos, o grande motivo para celebrarmos, porque não somos merecedores, porque somos infiéis e ingratos, mas ele nos amou primeiro e por isso não queremos cumprir nossas demandas espirituais por temor ou medo, mas em perfeito amor.
Sejamos mais apaixonados por Cristo, desejosos de uma vida espiritual que não deixa para depois, mas que aproveita agora a presença de Deus. Porque Cristo morreu, podemos ter isso.
Nosso coração anseia? nosso coração anela? Nosso coração deseja?
E se, por algum motivo, seja ele qual for, falharmos, deixando de lado nossas demandas diárias por coisas vãs e passageiras, que essas atitudes sirvam para nos lembrar, o quanto somos miseráveis, e o quanto Ele é maravilhoso conosco, pois sendo nós ainda assim, imerecedores, ele não se afasta de nós, ele nos ouve, ele nos entende.
Nossa esperança está em Cristo, que se compadece de nós e intercede por cada um daqueles que com sinceridade pedem perdão.
Agora, a oração é esta, para que cresçamos, de graça em graça. Que nos fortalecemos em Cristo nosso Senhor e assim nos deixemos ser aperfeiçoados por Ele.
Augusto Marques